Tempo é dinheiro?

Outro dia desses vi uma matéria falando sobre o lançamento de Ratchet & Clank: Rift Apart para PC.

Não lembro bem se era uma opinião ou uma análise do jogo, mas tomou proporções por abordar a questão de tempo de jogo x valor da licença na Steam (lembrem que o que você compra é uma licença de uso e não o jogo em si).

Segundo os dados do Howlongtobeat, a duração para finalizar apenas a história principal desse jogo é por volta de 11 horas. Caso você queira completar tudo que o jogo tem para te oferecer, você vai precisar de aproximadamente 18 horas.

O jogo foi lançado por $59,99 no EUA e R$249,90 no Brasil e na conversão mais inútil de todas, temos aproximadamente $4,45 ou R$22,71 por hora de jogo. Na minha opinião, esse é um cálculo completamente inútil, mas fica aí para a reflexão.

Jogar videogame nunca foi uma coisa muito barata no Brasil, mas uma grande diferença é que antigamente a pirataria era muito mais comum.

O Daniel do aparentemente falecido apertaox.com fez uma excelente matéria sobre isso, clica aqui e dá uma olhada nos detalhes dos preços e a relação com o salário mínimo das respectivas épocas.

Voltando ao nosso assunto, como fica essa relação dos preços atuais com a hora de entretenimento? A minha resposta é um pouco vaga, como de costume, mas acredito que seja bem simples: tudo vai depender do quanto você valoriza aquela experiência.

Um ingresso para um show de aproximadamente 2 horas pode custar uns R$600,00 ou mais. O que define o valor do entretenimento? O status de estrela, valor da produção? São vários fatores que os produtores vão precisar levar em consideração para alcançar o que é mais importante: lucro. Mas o quanto você está disposto a pagar é sempre algo pessoal.

Por mais que todos amem o que façam (o que não é 100% verdade), no final das contas, todo mundo precisa pagar seus boletinhos.

E aí você que tem como hobby jogar videogame quer se divertir e acaba tendo que desembolsar R$249,90 caso queira jogar aquele jogo específico.

Independente do salário, todo mundo tem uma coisa em comum: temos 24 horas por dia (os coaches amam essa). E nessa eu acho que entra mais um fator complicador na situação. Hoje em dia eu tenho mais ou menos 1 ou 2 horas livres que eu poderia dedicar para jogar videogame. Voltando aos cálculos inúteis, isso daria mais ou menos uma semana jogando todos os dias para finalizar esse jogo em questão. Mas o efeito de transformar meu entretenimento em um cálculo e automatizar isso já me deixa entediado.

Como já disse antes, meu trabalho não é nada relacionado com jogos e também não produzo nenhum conteúdo (além desse) relacionado à jogos, como reacts, análises ou lives. Na verdade, cheguei a fazer algumas lives, mas acabei transformando um hobby em “trabalho” e fui perdendo um pouco do prazer naquilo. É aquela velha frase “trabalhe com o que você ama e nunca mais vai amar nada”.

Existem diversos argumentos que podem ser levados em consideração, seja pra atacar ou defender os diferentes tipos de jogos. “De que adianta ter 100 horas de sidequests repetitivas?” (aquele abraço AC Valhalla!) ou “Prefiro um experiência curta que não me consuma muito tempo, também quero jogar outras coisas”.

E no final das contas, eu sempre acabo ficando um pouco em cima do muro. Se é financeiramente viável e existe uma vontade genuína, não vejo problema. Inclusive, vontade genuína é um tópico que eu quero falar um pouco mais em algum outro post, considerando essa nova era de influenciadores e toda indústria do hype.

Quando Elden Ring foi lançado, eu fiz questão de comprar na pré-venda e começar assim que possível. Eu sabia que além de jogar o jogo, eu queria participar daquela troca de experiências com a comunidade num período em que todos ainda estavam descobrindo os segredos do jogo. Pro meu gosto pessoal, mesmo pegando numa eventual promoção, jogar hoje seria uma experiência relativamente menos divertida.

Hoje existem diversos jogos free-to-play e assinaturas de serviços que te dão uma enxurrada de opções pra você decidir o que vai fazer com o seu precioso tempo. Além disso, temos a velha pirataria por aí, principalmente para os jogadores no PC.

Nunca tivemos tantas opções e tanto backlog. O salário é algo individualizado, mas as 24 horas por dia ainda seguem as mesmas.

Mas lembre-se: não há ninguém melhor do que você mesmo pra precificar seu tempo de lazer.

2 respostas para “Tempo é dinheiro?”.

  1. Nossa, foram tantos mini assuntos dentro da proposta que nem sei qual comentar, então vou focar no assunto do título: também não tenho tempo pra jogar o quanto gostaria, e escolho bem o que jogar, descartando sem dó o que não me prende. Ultimamente tenho jogado jogos indies e bobos mas que me divertem, ou jogos de puzzle e/ou estratégia. Pra ter uma ideia, estava na sua live cobrindo os lançamentos da Playstation e o jogo que mais me atraiu foi Helldivers 2.

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    1. Eu não vejo a hora de jogar o Helldivers 2! O 1 já era divertido e parece que melhoraram absolutamente tudo na sequência. Vamos ver como vai ficar o resultado final.

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